19. RESGATE ATUAL DE UM ÍCONE NACIONAL EM DEFESA DAS INSTITUIÇÕES DEMOCRÁTICAS
RESGATE ATUAL
DE UM ÍCONE NACIONAL EM DEFESA DAS INSTITUIÇÕES DEMOCRÁTICAS
- O ENIGMA DA ESFINGE BRASILEIRA E AS TRÊS ETAPAS DO PROCESSO DA
MEMÓRIA HISTÓRICA -
CELEBRAÇÃO DE NELSON WERNECK SODRÉ NO "BERÇO DA REPÚBLICA"
O resultado da Convenção de
Itu foi autorizar a eleição de representantes de um futuro Congresso
Republicano, semente do nosso Congresso Nacional. Naquele momento
histórico, a federação e a autonomia dos poderes não eram palavras vazias de
sentido, mas eram consideradas como conquistas fundamentais das transformações
em curso no contexto político brasileiro. A Convenção de Itu de 1873
é considerada a primeira reunião oficial dos republicanos. Dali
surgiria o primeiro partido republicano organizado, que posteriormente se
aliaria aos futuros partidos republicanos fluminense e mineiro, bem como aos
militares e à Igreja Católica, culminando com a Proclamação da República do
Brasil, em 1889.No momento atual em que
assistimos as eleições das presidências das Casas do Congresso Nacional, não
podemos deixar de nos perguntarmos o que foi feito desses sonhos republicanos e
democráticos.
Em 3 de fevereiro de 2011, estávamos reunidos, no Museu
Republicano de Itu - onde se realizou essa histórica Convenção para a fundação
da República – a fim de inaugurar as celebrações do Ano Nelson
Werneck Sodré com uma série de atividades. Nessa ocasião, eu relembrei
a primeira reunião do movimento republicano que tornou Itu conhecida como o
“Berço da República” e o Museu Republicano Convenção de Itu como depositário da
memória e das pesquisas sobre esse acontecimento. Este museu é atualmente uma extensão do Museu Paulista, no interior do
Estado de São Paulo, e assim como ele, o Museu Republicano de
Itu se propõe a questionar a formação
histórica e cultural brasileira, oferecendo educação informal e formação
acadêmica complementar. De acordo com os parâmetros da USP, ele promove o
conhecimento científico do patrimônio sob sua guarda.
Dentro desta moldura histórica, é que ocorreu o lançamento do
Centenário de Nelson Werneck Sodré. Pareceu-me, portanto, oportuno,
já em 2011, sublinhar a importância do duplo movimento de fazer a História e de
preservá-la na memória das gerações presentes e futuras para a constituição do
que nós somos e do que nós podemos vir a ser. Hoje, 3 de fevereiro de 2021,
nesta data histórica de comemoração do lançamento do centenário em 3 de
fevereiro de 2011, lendo o noticiário sobre as eleições do poder legislativo
federal, em Brasília, refleti sobre o equilíbrio dos poderes e a autonomia de
cada um deles como pilares da nossa democracia. Seguindo a tradição de meu pai,
não posso deixar de questionar o que está acontecendo: o que significa para a
República e para Democracia brasileira a compra de votos a um preço
elevadíssimo, ainda mais face às necessidades sanitárias e sociais que
enfrentamos e o número chocante de 220 mil mortos? O que dizer da oferta
de cargos e ministérios para conseguir votos e fortalecer o poder central,
quando tantos brasileiros não têm o que comer, não têm trabalho nem lugar
para morar?
Em minha apresentação de 2011, no Museu Republicano de Itu,
enfatizei existirem três momentos no processo de construção da memória
histórica: o primeiro, é o momento da experiência histórica propriamente dita,
enquanto que o segundo momento corresponde ao da preservação da
memória dessa experiência histórica. Muito importante também é o
terceiro momento deste processo. Este momento, no caso de Nelson Werneck Sodré,
tomou impulso com o lançamento a celebração de seu centenário, em Itu.
Ele se prolonga atualmente na comemoração dos dez anos do seu centenário. Nesse
terceiro momento, a memória se apoia na História e transforma um herói do
processo histórico em um ícone da memória viva, gerando um novo movimento
histórico. Foi o que aconteceu, por exemplo, com a figura do ambientalista
Chico Mendes. Ele lutou pela Amazônia, no primeiro momento de sua experiência
histórica; em seguida, num segundo momento, a memória dessas lutas foi
preservada; e, posteriormente, num terceiro momento histórico, Chico Mendes se
tornou um ícone do movimento em defesa da Amazônia e do movimento ecológico em
geral.
Precisamos, portanto, entender o que significa Nelson Werneck
Sodré como ícone da cultura nacional, para podermos continuar aprofundando o
terceiro momento histórico em torno dele. Ele foi um intelectual que participou
ativamente da luta por um desenvolvimento brasileiro autônomo com base em nossa
cultura e democracia, defendendo a soberania nacional, a justiça social e a
emancipação social e cultural do povo brasileiro. A importância deste ícone é
ainda maior no atual momento de esfacelamento de nossas instituições
republicanas, de desmantelamento de nossa democracia e destruição da cultura
brasileira. Tornar viva sua memória significa um alerta ao fechamento e
acomodação dos intelectuais e políticos brasileiros, lembrando-lhes que eles
deixam assim de ser uma luz do conhecimento para a transformação social e
cultural do país.
Nelson Werneck Sodré conseguiu fazer uma análise crítica e uma
síntese das diferentes facetas do Brasil que poucos pensadores brasileiros conseguiram
realizar. Como o Édipo da mitologia grega, que decifrou o enigma da esfinge com
base nas três etapas da vida humana, ele conseguiu desvendar o enigma da
realidade brasileira, servindo-se de seu conhecimento da História e
desencadeando esses três momentos da memória histórica, a partir do que ele
representou para a cultura nacional. Árduo pesquisador de nossa realidade,
sua obra continua sendo uma referência fundamental para o conhecimento do
Brasil. Muitas de suas colocações são atualíssimas, como, por exemplo, seu
livro precursor da contestação ao neoliberalismo, “A Farsa do Neoliberalismo”.
Em cada um de seus livros, ele nos coloca questões fundamentais sobre o Brasil,
abrindo horizontes para que possamos entender melhor o nosso país.
Pela celebração dos dez anos de seu centenário de nascimento,
propomos uma nova forma de resgate da contribuição intelectual de Nelson
Werneck Sodré, que seja viva, ampla e atuante na sociedade, com o apoio de uma
rede de amigos em todo país e no estrangeiro. Após o golpe de 1964, procurou-se
enterrar a sua obra. Mas já teve início um resgate dela no meio universitário,
desde os anos setenta. Nós pretendemos agora um pouco mais: propomos um
movimento para resgatar o legado do que representou sua participação cultural junto
aos estudantes, intelectuais e artistas, especialmente aqueles que frequentavam
o Instituto Superior de Estudos Brasileiros (ISEB), onde ele lecionava e
pesquisava, e que vinham até ele no intuito de pedir orientações para suas
diferentes áreas de atuação intelectual.
Muitos me perguntam por que foi lançado esse movimento de
resgate da memória de Nelson Werneck Sodré justamente na cidade de Itu. Minha
família e eu temos fortes vínculos com a cidade. Foi em Itu que minha mãe,
Yolanda Frugoli Sodré, filha de imigrantes italianos, deu o seu “sim” ao então
tenente Nelson, na cerimônia religiosa em que se uniram em matrimônio no dia 2
de fevereiro de 1935, na Matriz da Candelária, onde ontem comemoramos não apenas
os 411 anos do aniversário de Itu, mas sua Padroeira, Nossa Senhora da
Candelária - Nossa Senhora da Luz, por ocasião da Festa da dedicação de Jesus a
Deus feita por Maria. Assim sendo, esta data é cheia de significados,
especialmente para mim que nela também realizei minha dedicação (oblação), no Mosteiro
Nossa Senhora da Paz.
Em 2011, os intelectuais de Itu deram uma resposta positiva à
celebração do centenário de Nelson Werneck Sodré. Essa resposta ecoou por todo
Brasil, e precisa continuar ecoando de forma a tornar viva e presente a sua
memória e seus ideais. Durante seu centenário, os ituanos demonstraram que esta
cidade não foi apenas o “Berço da República”, mas é igualmente um berço da
cultura, que soube reconhecer o valor da obra de Nelson Werneck Sodré e
acolhê-lo nesse berço, reunindo em torno dele representantes de diferentes
áreas culturais: Pesquisa Social, Música, Literatura, Comunicação e História,
num clima de efervescência e entusiasmo que me recordaram os anos dourados do
ISEB, no período entre 1950 e 1960. Os intelectuais ituanos não apenas criaram
o Centro de Estudos Brasileiros – Nelson Werneck Sodré, no Instituto Cultural
de Itu, mas conseguiram por iniciativa da Secretaria Municipal de Cultura que o
Prefeito desta cidade assinasse o decreto de criação de um ano de homenagens ao
centenário de Nelson Werneck Sodré.
Desse modo, esse grande pesquisador da História do Brasil, que
já havia se realizado plenamente em vários campos do conhecimento humano e em
várias atividades, tendo atingido um amplo reconhecimento público ainda em vida
com mais de 60 livros publicados, recebeu em 2011 um novo reconhecimento
oficial do poder público local e da comunidade intelectual, que deve continuar
sendo propagado e festejado por ocasião dos dez anos do seu centenário, em
2021. As comemorações em torno de suas contribuições não abrangem apenas sua
pessoa e suas obras. Elas valorizam o nosso país, tornando efetiva a sua luta
pela cultura nacional e por nossa democracia. Não podemos deixar que os
representantes atuais da República brasileira esmaguem os sonhos de tantas
gerações e desmoralizem as nossas instituições e ideais democráticos,
construídos com tanto esforço e sofrimento pelas gerações anteriores.
FONTE DA IMAGEM DO MUSEU
CONVENÇÃO DE ITU (FOTO HELIO NOBRE):
http://www.mp.usp.br/museu-republicano-de-Itu
PARA VER NO FACEBOOK:
https://www.facebook.com/centrodeestudos.brasileiros/posts/3708939579186312
COMENTÁRIOS
PELO FACEBOOK:
Matéria maravilhosa! Parabéns, Olga Sodré.
Olga Sodré respondeu:
Roberto Melo Mesquita Agradeço
seu comentário, ainda mais vindo de um professor da língua portuguesa!!!
Incrível
texto!
Olga Sodré
respondeu:
Bento Vizzotto, incrível é estarmos todos unidos em defesa da fé, do povo,
da cultura e da democracia!
Viva o General
Nelson Werneck Sodré!
Olga Sodré
respondeu:
VIVA! AGRADEÇO SUA AMIZADE E CONSTANTE SOLIDARIEDADE!!!
Viva NELSON WERNECK SODRÉ o grande escritor,
historiador brasileiro.
Parabéns Olga Sodré, sua filha, que com seu
trabalho nos lembra a grandeza desse homem extraordinário. Em tempos sombrios é
preciso reviver e aprender com aqueles que nos deixaram um legado de amor ao
Brasil.
Olga Sodré respondeu:
Minha
querida e batalhadora amiga. Você faz parte daqueles que nos deixaram um legado
de lutas e amor pelo nosso país! Continuamos unidas na luta.
Excelente matéria, Olga, que riqueza.
Olga Sodré respondeu: :
Glória,
você e outros membros atuantes de nossa comunidade da Igreja São Paulo Apóstolo
também fazem um rico trabalho de esclarecimento e apoio à população do bairro
de Copacabana. Os padres dessa paróquia são muito esclarecidos, e não esqueço o
que aprendi com vocês. Saudades!
Sergio Caldieri COMPARTILHOU A PUBLICAÇÃO.
OUTRAS MANIFESTAÇÕES DE INTERESSE PELO FACEBOOK:
COMENTÁRIOS POR EMAIL:
GERALDO JOSE DE PAIVA
Gostei muito, Olga, da matéria que
você publicou no 110º aniversário do nascimento de seu pai.
Parabéns, pelo tema e pelo estilo!
Grande abraço,
Geraldo
OLGA SODRE RESPONDEU:
Muito obrigada,
querido mestre e amigo!
Abraço saudoso,
Olga
DURCE SANCHEZ
Excelente reflexão sobre a participação de um cultor pela democracia e cultura nacional em controvérsia com os nossos atuais representantes da "emporcalhada" política brasileira. Qual o nosso futuro? Abraço.
OLGA SODRE
RESPONDEU:
É um tempo de luta e união, querida amiga!!!
ANTONIO SERRA
Olga, muito bonito e
empolgante o que você escreveu.
O momento é favorável
a desalento, medo e até desespero para muitos que não encontram suporta mínimo
de sua sobrevivência e saúde.
É uma crise civilizatória
que vivemos no Brasil, pois inesperadamente passou a ser fundamental defender e
prestigiar uma série de valores que supúnhamos amplamente aceitos e, mesmo que
não plenamente realizados, reconhecidos e consagrados. Ao contrário,
instalou-se uma cultura da falsidade, do apagamento e distorção intencional e
planejada da verdade; uma cultura que pretende prestigiar a submissão, a
subserviência, a adesão incondicional e até delirante de convicções sem base e
nocivas para a coletividade; que se almeja a rendição a personalidades
lastimáveis a serem investidas de poder autocrático, e tudo para acobertar
sistemática apropriação e devastação do bem público.
Por isso, é
fundamental exercer o pensamento, a liberdade de julgamento, de análise e
estudo e de incentivar essa atitude em todos, independente de nível escolar e
dos interesses de cada um.
O Brasil tem em sua
história tantas figuras que dedicaram a vida a entender seus enigmas, a
decifrar seus segredos, a equacionar seus dilemas e contradições, que precisamos,
sem discriminações, levar suas elaborações e biografias ao conhecimento do
vasto público.
Mas precisamos,
sobretudo, enfatizar e proclamar que a democracia é condição indispensável para
o exercício da inteligência, para o direcionamento livre dos afetos e para as
escolhas de vida, trabalho e relacionamentos em paz.
Lembrei-me, em seu
instigante relato da Convenção de Itu e como a partir dali o movimento
republicano ganhou voz e audiência, lembrei-me de algo importante: isso foi
possível em grande parte pelo ambiente de liberdade que os republicanos em
geral usufruíram. Então, eis um valor que é preciso reforçar e, de certo modo,
reapresentar cotidianamente não só no Brasil como até em outros países que se
consideravam definitiva e inabalavelmente embasados em ideias democráticas.
Mas é assim mesmo,
experimentação e criação continuada desta estupenda invenção humana, a
democracia.
Abraços,
OLGA SODRE RESPONDEU:
Fico feliz de estar em sintonia com algumas pessoas como você, caríssimo Antonio! Escrevo acompanhando os acontecimentos e o que absorvi da vida e da História, sem levar em conta a inércia, cegueira e apatia geral.
Agradeço pela
partilha de ideias.
Grande abraço,
Olga
ANGELA ARRUDA
Olga, que beleza!
tomara que o ano de Homenagem ao Nelson oportunize a multiplicação de
atividades que aproveitem o seu legado para discutir o significado concreto da
república, da cidadania. Seria tão bom se os professores de história do ensino
médio tivessem acesso a informações sobre isto, debates sobre o sentido de ser
republicano. Delirei com a ideia de lives de historiadores que contassem sobre
esse lado da constituição da república para além do golpe militar, e do que ela
implica para a nação, em contraste com o atual desmonte, como um ciclo de
debates, ou de palestras. A figura do Nelson seria uma grande inspiração. Faz
falta...
bjs
OLGA SODRE
RESPONDEU:
Que bom receber seu incentivo, Angela! Alguns historiadores e outras pessoas variadas estão respondendo ao meu incentivo. Contudo, sinto a maioria inerte e anestesiada, porém isso não me detém. Estou organizando o blogue para o tempo do despertar.
Beijos carinhosos,
Olga
RANDOLPHO GOMES
Excelente recordação de importantes momentos históricos. Parabéns.
OLGA SODRE
RESPONDEU:
Muito bom partilhar
esses momentos com aqueles que os compreendem, como você Randolpho!
Abraço,
Olga
MILTON CARVALHO
Repassando
OLGA SODRE RESPONDEU:
Obrigada
por repassar, Milton!
SÉRGIO CALDIERI divulgou em sua rede de comunicação e eu recebi pelo e-mail do ISEB - NWS Nelson Werneck Sodré (ceb.nws@gmail.com) 4 de fevereiro de 2021.
COMENTÁRIOS PELO WHATSAPP:
LUÍS ROBERTO DE FRANCISCO:
Excelente e atualíssima
abordagem. Vou compartilhar. Obrigado.
OLGA SODRE RESPONDEU:
Que bom compartilhar,
mesmo que sejamos poucos a refletir sobre o difícil momento atual.
LUÍS ROBERTO DE FRANCISCO:
Sobretudo refletir a partir do exemplo e das ideias de
NWS é um processo fundamental. Parabéns por manter essa chama sempre acesa. 👏👏
Cara Olga, um pequeno
apontamento, sem querer intervir em texto alheio. A senhora colocou 220 milhões
de mortos, acho que quis dizer 220 mil.
OLGA SODRE RESPONDEU rindo
do próprio ato falho de colocar toda população brasileira, atualmente ameaçada
de morte, e agradeceu a correção muito oportuna, feliz com a leitura atenta.
LUCCAS MALDONADO complementou:
De nada, um grande abraço.
Oi Olga
querida, tudo bem?
Estava lendo seu texto, e ficava me perguntando: Quanto tempo será que a Olga leva para escrever um texto deste? Como ela consegue descrever tantos detalhes em todos os textos que escreve? Será que colocaram um computador de última geração no cérebro dela para não esquecer de nada? 🤔 Tirando meus pensamentos de lado e voltando ao conteúdo do texto, que é bem mais importante, fico imaginando o que NWS faria de concreto nesta situação caótica do Brasil e do Mundo. Ouvi-lo nos dias atuais seria muito interessante.
Muito do
que ele lutou e falou, provavelmente iria repetir, mas o tempo atual, as
pessoas são um pouco diferentes. De qualquer forma é bom manter seus
pensamentos vivos e lutar para que nosso povo acorde para manter a história
viva. Um povo sem Cultura é um povo morto.
Parabéns, Parabéns,
parabéns... Olga querida. Sempre bom ver seus escritos.
OLGA SODRE RESPONDEU partilhando sua preocupação com a apatia,
inércia e falta de reação diante dos graves acontecimentos em curso, e um pouco
cética diante da possibilidade de mudança atual. Manifestou o empenho em
continuar escrevendo, apesar da falta de interesse pela leitura.
MARCOS SABER complementou:
Não importa quantos possam ler
seus textos hoje. Eles estão escritos e publicados.
Cabe a Deus o amanhã e o amanhã é
sempre um novo despertar.
Um dia a onda vai se
conscientizar que faz parte do oceano e seus textos também fazem parte da
história. Continue sim pois o tempo de Deus é diferente do nosso.
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