15. ENCONTROS COM NELSON WERNECK SODRÉ

ENCONTROS COM NELSON WERNECK SODRÉ

- UMA CORRESPONDÊNCIA SOBRE SUA OBRA EM 2020 –

 

PROFESSOR VITOR EDUARDO SCHINCARIOL NA APRESENTAÇÃO DE LIVRO LANÇADO PELA EDITORA DA UFABC (18/12/2019)



Embora tenhamos ambos raízes familiares em Itu (SP), não conheço pessoalmente o jovem professor Vitor Eduardo Schincariol, mas mantivemos frutuosa correspondência por e-mail a respeito da obra de meu pai, ao longo de 2020. Nosso intercâmbio culminou com sua participação no blogue MEMÓRIA VIVA DE NWS com o texto ENCONTROS COM NELSON WERNECK SODRÉ, pelo qual encerramos 2020, ano de preparação para 2021 –decênio do centenário (2011) deste eminente historiador brasileiro do século XX.

        Em 30 de março de 2020, Vitor Eduardo Schincariol me escreveu pela primeira vez, apresentando-se como professor e pesquisador da Universidade Federal do ABC, na área de história econômica. Destacou ter se aproximado da história do Instituto Superior de Estudos Brasileiros (ISEB) e de suas principais figuras. Indicou também ter produzido um artigo sobre Álvaro Vieira Pinto, e ter orientado uma dissertação de mestrado sobre a noção de imperialismo nos textos do ISEB entre 1960-1964. 

        Assim sendo, logo se revelou existir entre nós um vínculo histórico importante. Vi surgir o ISEB e o frequentei, na segunda metade dos anos cinquenta do século XX, antes mesmo de entrar para a universidade. O professor Álvaro Vieira Pinto foi meu primeiro professor de filosofia e guardo com carinho o diploma do meu curso com ele e do curso de história com o professor Nelson Werneck Sodré. Tenho escrito sobre o ISEB, e venho lutando há vários anos pela preservação da memória e reconhecimento desta extraordinária instituição do Ministério da Educação, brutalmente exterminada pelo golpe de 1964. Desse modo, as portas do meu coração logo se abriram para o professor Vitor Eduardo Schincariol, e me encantei quando mencionou posteriormente o nome de um de seus professores que frequentou essa renomada instituição e os cursos de meu pai, como conta a seguir em seu depoimento. Percebi, portanto, estar diante de um jovem intelectual que conseguira beber em fontes ainda vivas do ISEB. Isto é um fato precioso, pois, em breve, terão desaparecido todos aqueles que tiveram a grande chance de participar desse histórico momento educacional brasileiro.

        Relato a seguir alguns pontos de nosso diálogo não apenas por eles esboçarem a fisionomia intelectual de Vitor Eduardo Schincariol, mas por nos permitirem igualmente vislumbrar um valioso contexto atual de ensino e pesquisa universitária brasileira. Nesse primeiro e-mail, ele explicitou a motivação do seu contato comigo, indicando que, como ituano, ele vinha eventualmente à esta cidade, onde seus pais ainda vivem, estando, então, interessado em saber mais sobre o Centro de Estudos do Instituto Cultural de Itu. O CEB-NWS foi criado, por ocasião das comemorações do Centenário de Nelson Werneck Sodré. O professor Vitor queria saber se eram nele mantidas atividades frequentes, e se ali havia algum acervo disponível para a pesquisa, que não tivesse sido ainda explorado; ou se deveria se remeter diretamente ao acervo da Biblioteca Nacional. Sublinhou que qualquer informação a este respeito seria bem-vinda e muito útil para suas pesquisas.

        Respondi-lhe imediatamente, no mesmo dia 30 de março de 2020, explicando que o CEB-NWS fora ativo apenas na época do centenário, mas que agora só existe como e-mail e página virtual no FACEBOOK, mas prometi oferecer-lhe, quando viesse me visitar em Itu, um exemplar do livro que acabara de lançar e no qual narro a experiência do ISEB. Ele também logo me respondeu, em 31 de março de 2020. Não podendo aceitar de imediato o convite em função da pandemia, manifestou interesse em adquirir o livro e divulgá-lo entre alunos e professores. Tudo isso demonstra seu empenho pessoal na pesquisa e no ensino da História do Brasil

        Vitor Eduardo Schincariol adiantou-me já estar explorando de forma prévia a correspondência de Nelson Werneck Sodré, digitalizada e disponível na Biblioteca Digital Luso-Brasileira (https://bdlb.bn.gov.br/). Ele não sabe (nem eu tampouco) porque este arquivo da correspondência de meu pai foi colocado neste endereço, nem se corresponde totalmente ao material disponível na Biblioteca Nacional e indaga:

        “Será um convênio entre eles? Igualmente, não sei porque o link da Biblioteca Nacional não permite acessar mais do que a primeira página das referências existentes trazidas pelo buscador (http://bndigital.bn.gov.br/acervodigital/).”

       Neste e-mail, Vitor colocou ainda outras questões fundamentais, tendo nele feito a seguinte observação:

        “Como sabe, tais correspondências trazem muito material interessante (cartas com Caio Prado Jr., carta de Fidel Castro etc.). Aparentemente a correspondência não foi ainda investigada de forma detalhada (estou certo?). Neste caso, estou pensando em formular um projeto de iniciação científica para catalogá-la por critérios e em forma cronológica, de modo a constituir uma primeira etapa para sua posterior análise. Se possível, diga-me por favor o que lhe parece.”

         Procurei, em vão, minha resposta às questões por Vitor Eduardo Schincariol colocadas neste e-mail, porém não as encontrei. Lamento profundamente tal lacuna, e a atribuo ao agravamento de meu câncer justamente neste período. Em função disto, não devo ter tido condições de responder às suas importantes indagações. De qualquer forma, não possuo resposta para nenhuma das informações por ele solicitadas, e nada sei a respeito do destino da correspondência de Nelson Werneck Sodré. Não tendo condições de responder por escrito a outras questões que Vitor pretendia me enviar, prontifiquei-me, entretanto, num e-mail de 31/03/2020, a recebê-lo, assim que as condições permitissem, para que ele gravasse minhas respostas, como têm feito outros pesquisadores e entrevistadores.

        Apesar de minhas lacunas às importantes indagações por ele colocadas nesses primeiros e-mails de março de 2020, Vitor Eduardo Schincariol continuou a correspondência virtual comigo, respondendo ao envio dos meus textos, como, por exemplo, o de 26 de abril, “UM OLHAR SOBRE O SOFRIMENTO ATUAL”, que considerou sensível e profundo. Na continuação desta correspondência, em 10 de maio de 2020, ele respondeu ao meu envio de outro texto “CAMINHADA RUMO À RENOVAÇÃO HUMANA”, partilhando:

        “Como ituano, venho por família do catolicismo também... Na Universidade, lendo inclusive os livros de seu pai, me converti àquele outro credo... Porém, com a idade vamos percebendo a importância da religião como fenômeno social e mesmo pessoal. Reli no ano passado o Novo Testamento, e é mesmo um grande texto de crítica social”. No mesmo dia, agradeci sua partilha, dizendo esperar poder conversar pessoalmente sobre suas observações, depois de termos vencido todas as crises que enfrentamos atualmente.

        Fomos assim aprofundando nosso diálogo e, em 2 de setembro de 2020, lhe enviei uma mensagem a respeito do “DOSSIÊ SOBRE NELSON WERNECK SODRÉ” realizado pela EDITORA MARXISMO21, ao qual ele respondeu no dia 7 de setembro:

        “Primeiramente, obrigado pelo envio do link do dossiê. Realmente é muito útil e importante poder acessar a ampla obra dele por este canal. Como lhe disse em outra oportunidade, consegui aprovar um projeto de iniciação científica na UFABC para análise das correspondências de seu pai, em parte na Biblioteca Nacional. Gostaria de perguntar, se possível, o que lhe parece (o projeto está anexado). Particularmente, uma parte do trabalho do aluno que irá fazer a iniciação seria buscar também as cartas que o Nelson escreveu. Sei que o acervo do IEB-USP tem as cartas dele enviadas para o Caio Prado Júnior; porém, quanto aos outros interlocutores, não tenho muita clareza sobre onde possamos buscar. Há muita gente com quem ele se correspondeu, e não creio que muitas destas cartas possam ainda existir. Saberia dizer se algum dos interlocutores mais conhecidos dele mantém algum arquivo pessoal?”

        Achei muito interessante a ideia de Vitor Eduardo Schincariol sobre um projeto de Iniciação Científica (IC) para análise da correspondência de Nelson Werneck Sodré a fim de avaliar em que medida ela pode contribuir para uma maior compreensão de sua obra, tendo lhe agradecido por ter partilhado seu projeto comigo:

        "Concordo com você que a correspondência de NWS pode iluminar e esclarecer diferentes aspectos de sua obra de historiador, incluindo sua gênese e evolução, e mesmo a descoberta de eventuais novos elementos factuais...Meu pai era muito organizado e guardava todas as suas correspondências em caixas, que foram entregues ao seu ACERVO NA BN. Não sei como está atualmente o acesso a esse material, mas estou segura que ninguém terá mais material do que o que está organizado por ele nessas caixas.” 

        Retomamos contato em 16 de dezembro de 2020, quando ele respondeu ao e-mail que lhe enviei com um texto de Alan Dubner, O DESPERTAR DA PAIXÃO PELA HISTÓRIA DO BRASIL, para o blogue MEMÓRIA VIVA DE NELSON WERNECK SODRÉ:

        “Obrigado pelo envio. Bonito texto, com o qual me identifico, ao ler os livros do Nelson e ao viver este triste Brasil de hoje. Que disciplinado devia ser ele, à luz de tantas obras de qualidade. Neste fim de semana li 'Ofício de Escritor', que me surpreendeu por conter uma própria teoria estética, em diálogo com Lukács. Infelizmente, não tenho ido a Itu, por questões ligadas à pandemia e dificuldade de locomoção (ainda estou sem carro). Gostaria também de enfim poder entrevistá-la, mas creio que ainda posso esperar um pouco mais, torcendo pela chegada da vacina e a realização de uma entrevista sem riscos a ninguém. Talvez você se interesse pelas respostas que meu orientador Wilson Barbosa (USP) deu sobre o Nelson, em pergunta que enviamos por e-mail, relativas ao IC em andamento.”

        Eu lhe respondi no mesmo dia lhe propondo que partisse das questões de seu orientador e escrevesse um texto para o blogue NWS, indicando sua relação com a obra e a pessoa do Nelson. Vitor Eduardo Schincariol concordou imediatamente, sentindo-se muito honrado com o convite, e prontificando-se a redigir um depoimento ao longo dos próximos dias, e a enviá-lo logo em seguida. Fiquei feliz com a expectativa dessa participação, e, logo após lhe enviar uma recente contribuição para o blogue de NWS, A LUTA PELO MEIO AMBIENTE E SUA TRANSMISSÃO ENTRE AS GERAÇÕES, em 19/12/20, recebi, em 20/12/20, o texto de Vitor Eduardo Schincariol a seguir, que nos revela uma nova geração de pesquisa historiográfica e a inserção de NWS nele.

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 ENCONTROS COM NELSON WERNECK SODRÉ

                            

            "Sou ituano e vivi em Itu até os dezoito anos, quando fui aprovado no vestibular para história na Universidade de São Paulo. A universidade abriu meus horizontes intelectuais, mas este processo me provocou, anos depois, um choque. Como foi possível que eu nunca tivesse ouvido falar na igreja, no exército, na escola, ou mesmo nos círculos de pessoas próximas, de pessoas tão importantes na história cultural do país, cujas trajetórias de vida tinham uma relação com a cidade de Itu? Eu pensava então nas figuras de Octávio Ianni e Nelson Werneck Sodré. Aparentemente, esta omissão das instituições nas quais me criei e me eduquei traduziria uma enorme ‘falha’; num nível sociológico, porém, tratava-se da predominância de determinadas perspectivas ideológicas em detrimento de outras na ambiência ituana.

            Na Universidade de São Paulo, tive a sorte de ter sido aluno de alguns professores que me apresentaram a obra de Nelson Werneck Sodré; eles foram principalmente Jorge Grespan, Marcos Silva e Wilson do Nascimento Barbosa. Este último fora aluno de Sodré no Instituto Superior de Estudos Brasileiros, o ISEB. Neste importante e pioneiro órgão de ensino e difusão da cultura mantido pelo governo federal até 1964, reuniram-se alguns dos grandes intelectuais do país para pensar um projeto nacional brasileiro de desenvolvimento, autonomia nacional e participação popular. Lá Sodré, que era também militar de carreira, ministrava cursos de história do Brasil, materializados em seu clássico Formação Histórica do Brasil. No ISEB, Sodré desenvolveu também o projeto ‘História Nova’, que consistia numa reformulação da pesquisa e ensino da história brasileira com base na perspectiva do povo pobre e das lutas sociais (ver História da História Nova, do próprio Sodré). A natureza decadente antissocial do regime instaurado em 1964 podia-se estimar com base no imediato fechamento e destruição física do instituto por capangas pagos pelos golpistas. Essa história a narrou depois o próprio Sodré em A Verdade sobre o ISEB.

Mencionei acima três das muitas obras de Sodré, que pode ser definido com justeza como um dos grandes pensadores do Brasil do século XX. Sua obra é extensa e reflete um férreo comprometimento com a ciência, com o conhecimento histórico, com a independência nacional e com as causas populares; estas causas estavam entrelaçadas em sua obra, sendo indissociáveis. Isso tem servido como motivo para o silenciamento no que se refere a suas obras por todos aqueles que calam diante da entrega do patrimônio nacional a agentes estrangeiros e do ataque diário à democracia, ao estado de direito e aos direitos sociais dos trabalhadores, medidas disfarçadas de ‘globalização’ (ver A farsa do neoliberalismo, um dos últimos trabalhos do autor). A disciplina com que Sodré dedicou-se ao estudo do Brasil, com que deu sua cota à tentativa de construção de um projeto nacional com autonomia e inclusão social, pode ser medida no volume e na qualidade de sua obra; o historiador deixou um legado de mais de sessenta livros escritos ou organizados, para além de artigos e outros tipos de produção científica.

Não cabe neste meu relato analisar esta ou aquela obra em especial; o que quero enfatizar é a seriedade, o alcance e a disciplina com a qual o autor se dedicou à construção de sua interpretação sobre o Brasil. Este compromisso com um conhecimento histórico renovado e comprometido salta aos olhos na leitura de cada obra sua, nas quais se vê, em seu conjunto, uma amplitude interdisciplinar no campo da história e das ciências sociais raramente vista. A leitura de História da Literatura Brasileira e Ofício de Escritor deixa ver a grande erudição de Sodré no campo da literatura e das artes; História da Imprensa no Brasil revela grande capacidade de reconstrução e interpretação historiográficas aplicadas ao tema da imprensa. Em As razões da independência mapeia-se o conjunto das forças sociais locais e exteriores envolvidas no processo de independência e nas lutas políticas e sociais do país em formação ao longo do século XIX. Para além do já mencionado Formação Histórica do Brasil e outros trabalhos de história econômica, situados no campo da história social e econômica propriamente ditas (tal como Brasil, radiografia de um modelo, sobre o período posterior a 1964), Sodré abordou vários outros âmbitos da história brasileira, como o das forças armadas, dos partidos políticos, dos grupos econômicos, do pensamento social e da história das ideias –além de várias incursões monográficas notáveis não só pela aplicação rigorosa e inteligente do materialismo histórico mas como pela permanência de sua atualidade. Um exemplo foi ‘Quem matou Kennedy’, cuja leitura permitirá contextualizar melhor a situação política dos Estados Unidos do que qualquer noticiário de hoje.

            Meu encontro com a obra de Sodré resultou do compromisso com a verdade de alguns de meus professores. Este encontro segue se renovando para mim, na medida em que continuo, agora como um pesquisador em história, a aprender com seus livros. Busco também, como professor, provocar encontros similares junto à juventude, na esperança de continuar a tradição crítica de pensamento que o autor legou à posteridade, particularmente necessária no momento triste pelo qual passa o país. Exemplo raro de militar culto comprometido com a independência nacional e as causas do povo trabalhador, a leitura das obras de Sodré é referência obrigatória para a superação dos graves problemas brasileiros.”

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         Encerramos nossas conversas virtuais, em 22/12/20, quando ele me autorizou a fazer a introdução ao seu texto que me parecesse mais conveniente, e reafirmou o desejo de em algum momento vir a realizar nossa entrevista (quando a pandemia estiver sob controle), esperando que “possamos seguir mantendo nosso contato e trocar ideias sobre a obra de Nelson e sobre o pensamento social e histórico brasileiro.

 Fonte da Imagem: https://www.youtube.com/watch?v=WQRLfksnM30

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https://www.facebook.com/centrodeestudos.brasileiros/posts/3610785472335057

COMENTÁRIOS PELO FACEBOOK:

Sergio Caldieri

Olga Sodré, minha querida amiga, que maravilha este texto de vocês. Estou torcendo para o seu encontro com o Vítor Schincariol, mais um mestre admirador do nosso saudoso General do Povo Nelson Werneck Sodré. Parabéns Olga e Vítor.

Magda Romano

Olguinha, a sua luta pelo resgate da obra do gal. Nelson Werneck Sodré, seu pai, tem sido vitoriosa. Que belo, emocionante texto, fico torcendo para a realização dessa entrevista que certamente trará mais uma oportunidade de aprofundamento da obra do nosso grande historiador.

 

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VITOR EDUARDO SCHINCARIOL

Muito emocionado com seu texto, como sempre belo e sensível. Obrigado
por suas palavras. Desejo que tenha um bom fim de ano e que se recupere logo. Em breve voltarei a lhe escrever...

Repassei a publicação a minha rede de amigos e colegas. Repasso a
resposta enviada pelo Wilson:

 

WILSON BARBOSA escreveu:

Li o material (o blogger não dá acesso, não sei se ali há algo
diferente), e achei muito positivo. Fiquei sabendo também da doença da
Olga. Envio, por você, meus melhores votos quanto a saúde dela. Você,
como sempre, está fazendo um belo trabalho. Nelson Werneck é um dos
melhores exemplos de dignidade e dedicação que nós brasileiros temos.
           

IR. MARTHA LÚCIA RIBEIRO TEIXEIRA, OSB

Acabo de ler O artigo sobre esse jovem professor Vitor Eduardo e a bela matéria que escreveu sobre o seu pai, de reconhecimento, ressaltando a importância dele como historiador, pensador, militar e ser humano! Que lindo!!! Para ser aplaudido de pé! Imagino a sua alegria de conhecer um ituano que dará, de certa forma, continuidade à bela e nobre semente plantada pelo seu pai! Não se pode perder a esperança. Será um dia memorável quando o Prof. Vitor puder lhe entrevistar! Desejo conhecer tudo que decorrer desse encontro. Muitíssimo obrigada pela partilha e por sua fidelidade em divulgar a obra deixada por seu pai.

MILTON PINHEIRO

Muito bom...

MARIA DA PENHA VILLELA DE CARVALHO

Fiquei contente de saber que esse jovem professor está escrevendo um livro importante que vai nos ensinar muito sobre a história do Brasil, hoje muito esquecida…

VITOR EDUARDO SCHINCARIOL (30/12/2020)

Fico feliz que nossa intervenção esteja suscitando reações positivas. No ano que vem, prepararei um texto em inglês para a Revista Agrarian South, na seção 'Legados do Sul', com uma síntese e apreciação da obra de seu pai. Não conheço se há textos em inglês sobre a obra dele, mas de qualquer forma a revista tem grande circulação (impressa e eletrônica) e será mais uma justa homenagem ao grande historiador.


 MARCO AURÉLIO BARROSO

Extremamente interessante e animador esse Professor Vitor. Lembro que passei mais de 1 ano pesquisando o acervo NWS na BN. Jamais manuseei algo tão organizado. Sua pasta sobre O Globo me fez escrever a história desse jornal. Tenho alguns arquivos sobre esse período. Caso haja interesse, coloco-me à disposição do Prof. Vitor. Para conhecer NWS é fundamental ler seus artigos em O Semanário, talvez o melhor jornal brasileiro em todos os tempos. 

COMENTÁRIOS PELO WHATSAPP:

MARCOS SABER

Você é da "pá virada" hein, minha querida Olga!  Quantas pessoas lendo e descobrindo NWS. Seu trabalho, Olga, está colhendo muitos frutos e resgatando de forma bela a história de seu pai! Continue assim com esta vitalidade. Um bjo 🤗😘


           

 

 



[1] Vitor Eduardo Schincariol é Professor da Universidade Federal do ABC, Coordenador do Programa de Pós-Graduação em Economia Política Mundial da UFABC, Doutor em História Econômica pela USP. 

 

[2] Pouco antes do falecimento de meu pai, ele tinha decidido muito sabiamente doar todo seu acervo
para a Biblioteca Nacional (BN) como forma de preservá-lo. Eu já estava há muitos anos voltada para outras áreas científicas e achava correta tal decisão, de modo que assinei (como ele me pediu) meu acordo em abrir mão da posse desse material que me caberia como herança. Só posteriormente, na época do centenário, mantive contato com a BN, tendo resolvido com a ajuda deles colocar toda a obra de Nelson Werneck Sodré em domínio público, abrindo mão dos direitos autorais sobre ela. Com as mudanças políticas ocorridas após 2014, que foram gradativamente atingindo todas as instituições federais, não consegui mais nenhum contato com os dirigentes do Acervo Nelson Werneck Sodré na BN, não tendo sido possível atender várias pessoas que me pediam para ajudá-las em suas pesquisas deste acervo.

[3] A ideia desse projeto de Iniciação Científica (IC) seria fazer uma análise da correspondência de Nelson Werneck Sodré, mapeando-a e buscando estimar em que medida ela pode contribuir para uma maior compreensão de sua obra. O projeto “A correspondência de Nelson Werneck Sodré: sistematização e análise” faz um resumo de importantes contribuições para o estudo da obra de Nelson Werneck Sodré, mas considera que a correspondência do autor, doada pela família à Biblioteca Nacional, permanece praticamente inexplorada, constituindo um rico material para a história intelectual, política e social.” Ele se propõe, portanto: “... numa primeira etapa, realizar o acesso, à catalogação e sistematização da correspondência do historiador brasileiro Nelson Werneck Sodré (1911-1999), atualmente em posse da Biblioteca Nacional. Pretende-se numa segunda etapa realizar uma análise de tal correspondência, buscando-se contribuir com a literatura sobre a obra do autor e, em termos mais amplos, com a história dos intelectuais brasileiros e a história social brasileira da segunda metade do século XX, período com o qual trechos significativos da correspondência analisada venham a guardar relação e eventualmente iluminar....Sua sistematização e posterior análise, com uso de métodos historiográficos adequados, pode conduzir a interessantes resultados, como iluminar e esclarecer diferentes aspectos da obra do historiador, incluindo sua gênese e evolução, e mesmo a descoberta de eventuais novos elementos factuais.”

 

 


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